Plantas Carnivoras
São plantas entomógafas com a habilidade de capturar insectos e animais e, através de enzimas digestivas, extrair compostos nitrogenados para seu próprio aproveitamento. São normalmente habitantes de solos pobres e encharcados, com pouca disponibilidade de nitratos (essenciais para a síntese da molécula de clorofila), dependendo assim do nitrogênio contido nas proteínas dos animais.
As plantas carnívoras são nativas da faixa tropical, ocorrendo no Sudeste Asiático, América e Austrália, umas poucas no sul da Europa e África, muito embora existam gêneros ou famílias inteiras adaptados ao clima temperado
Famílias
Existem quatro famílias principais de plantas carnívoras: Sarraceniaceae, Nepenthaceae, Droseraceae e Lentibulariaceae. Elas são extremamente distintas entre si com respeito às estruturas reprodutivas, o que indica que podem ter evoluído paralelamente, e que sua habilidade de capturar e digerir seja uma convergência evolutiva. Entretanto, algumas estratégias de captura são similares, como nos animais.
Nepenthaceae
As plantas desta família possuem na ponta de suas folhas estruturas semelhantes a jarros, sendo na verdade continuações da própria folha modificadas, com as bordas do limbo unidas formando uma ânfora. Sobre a abertura desta ânfora encontra-se uma estrutura semelhante a uma "tampa", normalmente colorida, servindo de proteção estática para que a armadilha não se encharque. Isso faz com que apenas uma porção de líquido encontre-se em seu interior, e é neste líquido que insetos, aranhas, e mesmo pequenos pássaros ficam presos ao escorregarem para dentro do tubo - atraídos pelas cores e pelo brilho de glândulas situadas na base da tampa. Uma vez dentro, uma parede cerosa e pêlos no interior da folha voltados para baixo evitam que esta possa ser escalada, e ali os animais são digeridos.
Esta família possui os maiores espécimes de plantas carnívoras e tem a forma de uma trepadeira (sendo que a estrutura entre a folha e a armadilha atua na sustentação da planta, de maneira análoga às gavinhas das uvas).
Sarraceniaceae
Esta família consiste de plantas carnívoras com folhas saindo de um rizoma subterrâneo, folhas estas unidas pelas bordas formando um comprido jarro, semelhante à família Nepenthaceae. Compreende os gêneros Sarracenia, Darlingtonia (ambas naturais da América do Norte) e Heliamphora (natural da América do Sul), todos estes gêneros semelhantes entre si, diferindo mais explicitamente apenas na estrutura do prolongamento superior da armadilha (a "tampa").
Encontradas na sua maioria em climas temperados, as plantas entram em um período de dormência nas épocas mais frias do ano.
Droseraceae
Droseraceae é uma família de plantas angiospérmicas (plantas com flor - divisão Magnoliophyta), pertencente à ordem Caryophyllales. A ordem à qual pertence esta família está por sua vez incluida na classe Magnoliopsida (Dicotiledóneas): desenvolvem portanto embriões com dois ou mais cotilédones. As droseráceas são plantas carnívoras que se alimentam de uma forma singular, as plantas possuem gotículas de uma substância pegajosa em suas folhas e caule, de modo que se um inseto pousar nela, a planta se dobra na região em que o ser pousou e suga os seus corpos.
Lentibulariaceae
O gênero Pinguicula pertence à família Lentibulariaceae, mas possui estratégia parecida com as Drosera. Esta família também possui estratégias passivas e ativas. Em Utricularia, gênero de plantas basicamente aquáticas, a maior parte das folhas (senão todas) são submersas e extremamente modificadas em filamentos muito ramificados. Em alguns pontos destes filamentos, encontram-se pequenas câmaras vazias, seladas por uma válvula e guarnecidas por pêlos. Larvas ou animais planctônicos, ao encostarem nestes pêlos, detonam um processo semelhante ao da Dionaea, abrindo a válvula e provocando uma súbita corrente de água para o interior das câmaras, carregando o animal consigo, onde ele será digerido.
Outras famílias
Além destas quatro famílias, há plantas carnívoras menos conhecidas em duas outras famílias:
Cephalotaceae é uma família cuja única espécie é Cephalotus follicularis. Esta espécie possui uma elaborada, mas pequena, armadilha do tipo ânfora (uns poucos centímetros no máximo), e está restrita ao sudeste da Austrália.
Algumas espécies de Bromeliaceae, como a Brocchinia reducta e Catopsis berteroniana são reconhecidamente ou suspeitas de serem carnívoras. Bromélias são monocotiledôneas, e como são naturalmente plantas coletoras de chuva pela forma de sua folhagem, e muitas espécies são epífitas e coletam detritos (Bromélia tanque), não é de se espantar que algumas tenham desenvolvido um hábito em direção à carnivoria ao adicionar cera e pêlos voltados para baixo à sua estrutura.
Como a maioria das carnívoras, Cephalotus e bromélias carnívoras são encontradas em regiões de solos pobres (ou com deficiência de nutrientes, como ocorre com bromélias epífitas), alta luminosidade, muita umidade e incêndios naturais regulares ou outros distúrbios
O Drosophyllum lusitanicum é uma planta carnívora endêmica de Portugal e Espanha
Como Cultivar
O cultivo deste gênero é muito fácil e simples, quando atendidas suas necessidades básicas.
Iluminação solar direta o máximo de período do dia possível, Sol em abuntansia
Os vasos das plantas devem estar sobre uma bandeja com água constantemente ou serem molhados todos os dias.
Nunca deixe o substrato secar
Durante o inverno (dormência), se a plantar parar de desenvolver novos brotos, diminua a quantidade de água.
Umidade relativa do ar em torno da planta alta.
Substrato pobre em nutriente.
Estar em local que tenha insetos.
Subis trato para o Plantio
Musgo Ssphagnum vivo
Este musgo é ideal para todas as espécies de plantas carnívoras principalmente as do gênero Nephentes, pois funciona como sinalizador para o estado de saúde de suas plantas. Se o musgo estiver crescendo dentro do vaso, não estando sobre potes com água, é sinal que suas plantas estão recebendo a correta quantidade de luz e água. Para cultiva-lo você só precisa de água pura (da chuva), e mante-lô em sombra parcial. Pode ser encontrado em casas especializadas.
Nunca plante carnívoras em compostos previamente adubados - Também não as plante em terra. O solo deve ser basicamente pobre em nutrientes, de pH baixo (ácido) exceto por algumas espécies de Pinguicula (necessitam de pH alto). Os principais componentes para o preparo do solo (utilizados no Brasil) são musgo (do gênero Sphagnum) e areia. utilizam os does componentes, numa proporção 1/2:1/2 (a areia melhora a drenagem do solo, tornando este mais próximo ao tipo de solo natural em que algumas carnívoras crescem).
Estes ingredientes são basicamente neutros em termos de nutrientes e os dois primeiros acidificam o meio. A areia deve ser de rio e não do mar.
Algumas plantas carnívoras como Nepenthes rajah, que vive em Bornéu, uma das ilhas da Indonésia, consegue capturar e digerir animais maiores como passarinhos, porém a grande maioria dessas plantas captura mosquinhas, besouros, borboletas e outros insetos menores.
Segundo biólogos, a palavra "carnívora" é uma maneira incorreta para se referir às plantas que comem insetos. Pois na verdade, as plantas carnívoras absorvem somente algumas substâncias dos insetos que ingerem, portanto, é mais correto chamá-las de insetívoras.
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